A avaliação enquanto possibilidade de corrigir,
aperfeiçoar, descortinar falhas é aplicada como um instrumento ao serviço do
progresso e assume, por isso, um grande protagonismo em
todos os campos, principalmente
no da educação. Para além da eterna questão da avaliação das aprendizagens dos
alunos e dos diferentes paradigmas em que assenta, o debate alarga-se cada vez
mais. Fala-se, hoje, da avaliação dos sistemas educativos, dos programas e projectos,
dos estabelecimentos de ensino, dos professores e das tensões que esta novidade
desperta em qualquer comunidade educativa.
Avaliar
a escola pressupõe avaliar os alunos, os profissionais, a administração
educacional e as próprias medidas de política educativa. Embora Portugal ocupe
uma posição menos avançada em relação aos restantes países da Europa, no que
diz respeito a esta novidade, também acolhe a avaliação como um recurso ao
serviço da educação e do desenvolvimento económico do país.
A
avaliação das escolas é uma consequência da descentralização das políticas educativas
e da responsabilização doada à escola e sobretudo à figura do professor. Os
professores são, pois, factores decisivos no processo ensino-aprendizagem, são
eles que motivam, ajudam a contornar dificuldades e conduzem os alunos ao
caminho do sucesso das suas aprendizagens, não devem, portanto, passar
despercebidos num palco onde a busca se concentra num modelo capaz de aceitar a
eterna ideia de aperfeiçoamento.
A
avaliação é um caminho de melhoria que cada actor envolvido percorre. O
objectivo da avaliação na educação é melhorar um serviço direccionado para o
futuro, é garantir às escolas a oportunidade de entrar numa espécie de
competição que permite um selo de qualidade e a sua consequente diferenciação.
O
processo de avaliação dos sistemas educativos propaga-se nos diferentes países
da União Europeia, pressupõe uma análise das formas institucionais e dos
procedimentos utilizados e as representações que fundamentam essas políticas ou
modelos de avaliação e, neste contexto, torna-se possível definir três grandes
modelos de avaliação: o inglês, o francês e o finlandês. Porém, estes modelos
de avaliação não podem ser considerados os únicos ao serviço da avaliação, são
apenas referências, os sistemas educacionais pressupõem, acima de tudo, uma
deliberação colectiva e democrática em conformidade com a missão de cada escola,
segundo um esforço de adaptação a cada caso concreto.
O
Pisa (Programme for International Student Assessment) é um programa
internacional que avalia sistemas educacionais de 65 países, incluindo o
Brasil. Examina o desempenho de estudantes na faixa etária dos 15 anos, idade
média do término da escolaridade básica obrigatória na maioria das nações. O
indicador é desenvolvido e coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Económico (OCEDE).
Este
programa procura saber se os estudantes estão preparados para os desafios do
futuro a nível profissional e até mesmo social. Este programa realiza-se a cada
três anos, as provas adoptam sempre um eixo temático entre as três áreas
distintas que as compõem: Leitura , Matemática e Ciências. Além do conhecimento escolar, o Pisa procura testar a capacidade dos
alunos de analisar, raciocinar e reflectir activamente sobre seus conhecimentos
e experiências pessoais. Só com base em programas desta natureza, que apresentam
dados estatísticos concretos, podem, os diferentes sistemas educativos justificar
mudanças com vista a melhorar as políticas e resultados educacionais, com vista
a preparar os jovens de hoje para a vida adulta do amanhã.
Testar
alunos não é algo de novo. Sendo assim, o que tem de especial o recurso Pisa?
O
recurso Pisa é um meio de ajudar os estudantes a aplicar na prática os conhecimentos
adquiridos na escola, resolvendo situações e problemas do dia-a-dia. Com o
programa mencionado podemos avaliar a situação de qualquer país em comparação
consigo mesmo e com os restantes países, no fundo, conseguimos aferir qual a
qualidade e que importância está a ser dada à Educação nos diferentes países da
Europa.
A
comparação de resultados, os exemplos partilhados pelos diferentes sistemas
educativos proporciona-nos a oportunidade de mudar ou caminhar na direcção do
aperfeiçoamento. A evolução de qualquer estado ou país depende desta
atitude.
CLÍMACO,
M. (2005). Avaliação de Sistemas em Educação (Temas Universitários). Lisboa:
Universidade Aberta.
RAMOS, C. (2008). "Novos caminhos de
avaliação de professores: tendências e estratégias", in Revista ELO nº
15. Guimarães: Centro de Formação Francisco de Holanda.
ROGGERO, P. (2002). "Avaliação dos sistemas
educativos nos países da União Europeia: de uma necessidade problemática a uma
prática complexa desejável", in EccoS Rev. Cient.
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