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CURSO DE MESTRADO EM SUPERVISÃO PEDAGÓGICA (2011/2012)

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS EDUCATIVOS

A avaliação enquanto possibilidade de corrigir, aperfeiçoar, descortinar falhas é aplicada como um instrumento ao serviço do progresso e assume, por isso, um grande protagonismo em todos os campos, principalmente no da educação. Para além da eterna questão da avaliação das aprendizagens dos alunos e dos diferentes paradigmas em que assenta, o debate alarga-se cada vez mais. Fala-se, hoje, da avaliação dos sistemas educativos, dos programas e projectos, dos estabelecimentos de ensino, dos professores e das tensões que esta novidade desperta em qualquer comunidade educativa.
Avaliar a escola pressupõe avaliar os alunos, os profissionais, a administração educacional e as próprias medidas de política educativa. Embora Portugal ocupe uma posição menos avançada em relação aos restantes países da Europa, no que diz respeito a esta novidade, também acolhe a avaliação como um recurso ao serviço da educação e do desenvolvimento económico do país.
A avaliação das escolas é uma consequência da descentralização das políticas educativas e da responsabilização doada à escola e sobretudo à figura do professor. Os professores são, pois, factores decisivos no processo ensino-aprendizagem, são eles que motivam, ajudam a contornar dificuldades e conduzem os alunos ao caminho do sucesso das suas aprendizagens, não devem, portanto, passar despercebidos num palco onde a busca se concentra num modelo capaz de aceitar a eterna ideia de aperfeiçoamento.
A avaliação é um caminho de melhoria que cada actor envolvido percorre. O objectivo da avaliação na educação é melhorar um serviço direccionado para o futuro, é garantir às escolas a oportunidade de entrar numa espécie de competição que permite um selo de qualidade e a sua consequente diferenciação.
O processo de avaliação dos sistemas educativos propaga-se nos diferentes países da União Europeia, pressupõe uma análise das formas institucionais e dos procedimentos utilizados e as representações que fundamentam essas políticas ou modelos de avaliação e, neste contexto, torna-se possível definir três grandes modelos de avaliação: o inglês, o francês e o finlandês. Porém, estes modelos de avaliação não podem ser considerados os únicos ao serviço da avaliação, são apenas referências, os sistemas educacionais pressupõem, acima de tudo, uma deliberação colectiva e democrática em conformidade com a missão de cada escola, segundo um esforço de adaptação a cada caso concreto.
O Pisa (Programme for International Student Assessment) é um programa internacional que avalia sistemas educacionais de 65 países, incluindo o Brasil. Examina o desempenho de estudantes na faixa etária dos 15 anos, idade média do término da escolaridade básica obrigatória na maioria das nações. O indicador é desenvolvido e coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCEDE).
Este programa procura saber se os estudantes estão preparados para os desafios do futuro a nível profissional e até mesmo social. Este programa realiza-se a cada três anos, as provas adoptam sempre um eixo temático entre as três áreas distintas que as compõem: Leitura , Matemática  e Ciências. Além do conhecimento escolar, o Pisa procura testar a capacidade dos alunos de analisar, raciocinar e reflectir activamente sobre seus conhecimentos e experiências pessoais. Só com base em programas desta natureza, que apresentam dados estatísticos concretos, podem, os diferentes sistemas educativos justificar mudanças com vista a melhorar as políticas e resultados educacionais, com vista a preparar os jovens de hoje para a vida adulta do amanhã.
Testar alunos não é algo de novo. Sendo assim, o que tem de especial o recurso Pisa?




O recurso Pisa é um meio de ajudar os estudantes a aplicar na prática os conhecimentos adquiridos na escola, resolvendo situações e problemas do dia-a-dia. Com o programa mencionado podemos avaliar a situação de qualquer país em comparação consigo mesmo e com os restantes países, no fundo, conseguimos aferir qual a qualidade e que importância está a ser dada à Educação nos diferentes países da Europa.
A comparação de resultados, os exemplos partilhados pelos diferentes sistemas educativos proporciona-nos a oportunidade de mudar ou caminhar na direcção do aperfeiçoamento. A  evolução de qualquer estado ou país depende desta atitude.

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Recursos Bibliográficos

CLÍMACO, M. (2005). Avaliação de Sistemas em Educação (Temas Universitários). Lisboa: Universidade Aberta.
RAMOS, C. (2008). "Novos caminhos de avaliação de professores: tendências e estratégias", in Revista ELO nº 15. Guimarães: Centro de Formação Francisco de Holanda.
ROGGERO, P. (2002). "Avaliação dos sistemas educativos nos países da União Europeia: de uma necessidade problemática a uma prática complexa desejável", in EccoS Rev. Cient.


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